sexta-feira, 6 de abril de 2012

O diretor

Fábio Nieto Lopez – Ator e diretor de teatro graduado pela Universidade Federal da Bahia (2007) é mestre e doutorando em Psicologia pela mesma instituição. Professor de psicologia da Faculdade São Bento da Bahia e da Escola Bahiana de Medicina. 
Participou do festival Quatro Cravos Para Exú (2010), dirigindo Pensando Bem, de Bárbara Pessoa, e Alfazema e Suor, de Gildon Oliveira. Encenando a peça Avental Todo Sujo de Ovo, do dramaturgo Marcos Barbosa, representou a Bahia na mostra “fringe” do Festival de Curitiba (2008).
Dirigiu os espetáculos: Enfim (2009), A Cantora Careca (2006), Noite de Reis (2005), Sem Perder a Ternura (2005), Gestos de Jabuticabeira (2002), Ernesto (2002), Auto do Boi (2001), Sorriso Solo Fértil (2000), Multidões de Mim (1999), Navio Negreiro (1998). Premiado no festival Mapa Cultural Paulista, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, de melhor texto inédito por Sorriso Solo Fértil e Auto do Boi, e melhor iluminação por Multidões de Mim.
Atou nas peças A Cruz de Giz (2010), O Jardim Secreto (2006), Noite de Reis (2005), Rivail (2004), A Pena e a Lei (2003), Auto do Boi (2001), Zumbi (2000), Perdoa-me por te Traíres (1997), O Inspetor Geral (1996). Como Palhaço fez parte do elenco dos Terapeutas do Riso

(2004 – 2005).
  

O autor e o ator

Edmar Dias  é autor, diretor e ator de teatro com registro profissional 1438-94, concluiu o curso livre de teatro da Universidade Federal da Bahia e por dois anos consecutivos participou, na mesma instituição, do Núcleo de Exercício para o Ator. Conhecedor das técnicas circenses, é palhaço experiente, com 15 anos de atuação. Edmar é, ainda, fundador, diretor artístico e ator dos Terapeutas do Riso, trupe de artistas profissionais que utiliza as artes cênicas como ferramenta no acolhimento e humanização hospitalar desde 1998.
Autor das peças É positivo; Óculos, eu não vivo sem você; Brincando no mundo da visão; O casamento matuto; Um auto de Natal; A santa do lajedo.
Diretor das montagens O rei dos reis; O consertador de brinquedos; Quadro de amor; O rico avarento; O boi e o burro no caminho de Belém; Natal na feira, Otimo, não é? e Tubo de Ensaio.
Atuou em: Um personagem se aproxima (Meran Vargens); O inspetor geral (Paulo Cunha); O tempo (Tom Carneiro); Dorotéia vai à guerra; Viva o Circo; Gargalhadas (direção coletiva).



O Texto

Construído a partir de fatos verídicos, o texto é baseado na vida de Volta Seca. Recrutado ainda criança por Corisco, o cangaceiro foi testemunha ocular do primeiro encontro de Virgulino Ferreira e Maria Bonita, do nascimento das crianças do cangaço e de batalhas históricas no sertão baiano, ricamente descrito no enredo da peça.
A narrativa percorre o campo das idéias e ações do bando, pincelando o discurso e a visão de mundo, expondo a hierarquia militarizada, passando pelo treinamento dos “cabras” até chegar às suas estratégias de combate. A cultura do cangaço tem cuidadoso tratamento na representação do repertório musical e também da culinária própria do bando.
Escrito em um ato para o teatro, o texto é documental e revela as perseguições das volantes, os momentos de descontração do bando e, de maneira particular, a própria saga da personagem. Um dos maiores fenômenos populares do Brasil, misto de banditismo e heroísmo no imaginário coletivo, o cangaço de Lampião desafiou as autoridades e sobreviveu por 20 anos às investidas das unidades volantes da polícia.                                               

O cangaceiro Volta Seca

                                          




                           O cangaceiro Volta Seca

Sergipano da cidadezinha de Saco Torto(Se), Antonio dos Santos fez jus ao nome da localidade em que nasceu. Matou pela primeira vez aos 10 anos e entrou para o bando de Lampião aos 12, destacando-se pela coragem, valentia e implacável postura de sentinela. O franzino menino cangaceiro tudo via, com seus olhos de ave de rapina.
Único “cabra” a desafiar o próprio chefe para uma briga, Volta Seca foi preso aos 14 anos. Julgado aos 16, foi condenado a 145 anos de cadeia. Na prisão conheceu Irmã Dulce e virou personagem de Jorge Amado no romance Capitães de Areia.
Além da destreza como franco atirador, Volta Seca mantinha boa relação com a habilidade de compor. São dele as famosas músicas do cangaço Acorda Maria Bonita e Mulher Rendeira, por exemplo.

Proposta da peça teatral


Quando a estrada finalmente chegou ao sertão brasileiro, um tipo de levante armado e popular estava fadado a desaparecer. Depois da morte de Lampião e Maria Bonita na gruta do Angico (SE) e do fim da resistência de Corisco e Dadá, vencidos em Jeremoabo (BA), o cangaço morreria de morte natural nos anos 40. Alguns homens, poucos, sobreviveram para contar a história. Dentre eles, a figura frágil e perplexa de Volta Seca, cabra de confiança de Virgulino Ferreira da Silva, o rei do cangaço.
Estes fatos históricos foram transformados em cena na peça teatral O cangaceiro Volta Seca, escrita e interpretada pelo ator e dramaturgo Edmar Dias.